Os perigos da Agenda 2030 para Teresina

20/12/2020

Os chamados ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da Agenda 2030 da ONU foram elaborados em 2015 e constam de 17 pontos que todos os governos e pessoas do mundo devem seguir sem questionar. Apesar de terem sido criados no século XXI, muitos de seus pontos já vem sendo aplicados paulatinamente desde os anos 1970 e 1980 em muitas cidades, incluindo Teresina.

Em 2015, foi lançada uma página da internet chamada “TERESINA 2030” ligada à Prefeitura Municipal já visando alcançar os 17 ODS. Políticos em geral, além de jornalistas, professores e artistas da capital piauiense, vem ajudando a fomentá-los. Alguns poucos intencionalmente sabendo que destruirá a cidade, e muitos outros ingenuamente sem nem desconfiar.

Demolição da Casa Antonino Freire em 1986.
A edificação ficava na esquina da Avenida Antonino Freire com a Rua Sete de Setembro.
Hoje é um estacionamento.
Com a Agenda 2030, cenas como essa serão cada vez mais comuns.
(1986 / FUNDAC / Acervo digital Teresina Antiga / Foto por: n/d)

É muito complicado questionar a Agenda 2030, pois a maioria das pessoas ao ler os ODS tendem a vê-los como “verdades incontestes” e quem os critica são rotulados de “ignorantes”. Porém, um olhar mais aguçado percebe que se tratam de desculpas esfarrapadas que usam a sustentabilidade e a inclusão para criar mais impostos, além de controlar e uniformizar a sociedade. No nosso ponto de vista, os ODS são slogans pueris e generalizantes que mais parecem promessas eleitorais, mas escondem elementos prejudiciais às cidades.

Como o cerne da Agenda 2030 é centralizar as ações, logo o Estado fará tudo e, consequentemente, terá muito poder ganhando ares assustadores de um Leviatã. Em síntese, pouquíssimas pessoas formando uma “elite estatal” (Não só de políticos, mas até de empresários, artistas, jornalistas etc.) vão decidir o destino de muitos.

Propaganda do IPTU 1990 cobrado em Teresina.
Uma das formas do Estado avançar sobre cidadãos é a cobrança de IPTU.
A sua casa, paga com seu dinheiro, se torna do Estado caso não pague o imposto.
(1990 / Jornal O Dia / Acervo digital Teresina Antiga)

No quesito preservação histórica, que é uma das preocupações do Teresina Antiga, é bastante prejudicial o ODS n° 11 que visa modificar o aspecto urbano quase que integralmente. Apagará, assim, cada vez mais praças, prédios e lugares históricos com a justificativa de que alguns são negativos e não merecem preservação e afetam a sustentabilidade e a inclusão das pessoas, mesmo um ponto do próprio ODS falar em “proteger e salvaguardar o patrimônio cultural”. Portanto, quem defende a Agenda 2030 e diz ser contra a derrubada de edificações históricas de Teresina, por exemplo, está sendo incoerente.

Os idealizadores da Agenda 2030 (Em geral pessoas que representam megagrupos corporativos com muito poder e dinheiro dos quais não elegemos e não conhecemos) querem planejar o meio urbano em todo o mundo a seu bel-prazer sem levar em consideração a tradição, a cultura do povo, e o que a população gosta ou não gosta. Cria-se então uma cidade despersonalizada em que cada vez mais as pessoas não se reconhecem nela. Isso vem acontecendo já algum tempo em Teresina e vai se agravar com o passar do tempo se essa agenda continuar sendo aplicada.

Trecho de matéria presente em um jornal teresinense da década de 1980 mostrando que já nessa época as tragédias eram usadas mundialmente para a criação de impostos globais os quais não sabemos como ou onde são usados.
(1985 / Jornal O Dia / Acervo digital Teresina Antiga)

Uma grande obsessão desses megagrupos corporativos e bilionários é usar políticos como joguetes para o planejamento das cidades. São um exemplo disso medidas higienistas vindas sabe-se Deus de onde. Não deixam a cidade crescer de maneira espontânea e inteligente. Tudo é imposto a goela abaixo.

Embora muitos cidadãos possam achar curioso e interessante uma Teresina idêntica a qualquer outra cidade do mundo, isso trará um efeito psicológico ruim apagando a nossa história local. Os ODS vão interferir na organização das cidades de todo o mundo acabando com a localidade e com a característica do povo teresinense. Tudo passa a ser então global, uma visão geral e pasteurizada de tudo, enfim, uniformizada. E sabemos que um povo que pensa e vê sua cidade uniformemente tende a não questionar o meio que vive.