Sanatório Meduna

10/2/2021 – Atualização em: 28/4/2021

Conforme já anunciamos por diversas vezes, devido à Agenda 2030 da ONU perigosamente disseminada na imprensa, cultura e sistemas educacionais em todo o mundo já faz bastante tempo, começaria a surgir em demasia a ideia de que determinadas edificações têm uma carga negativa e merecem ser demolidas com a justificativa de inclusão ou defesa do meio-ambiente. Não demorou muito e logo apareceu nos meios de comunicação piauienses a sugestão de pôr abaixo o que restou do velho Sanatório Meduna.

Os favoráveis à demolição dizem que o local lembra “dor, sofrimento e exclusão(Nota 1). Mesmo que seja verdade essa afirmação, vários monumentos ao redor do mundo acerca de coisas piores como genocídios estão de pé a exemplo de Auschwitz (Polônia) que se transformou em Museu do Holocausto (Em 1946, logo após o término da II Guerra Mundial) para que as pessoas não esqueçam o que ali aconteceu.

Sem contar que o Sanatório se encontra desativado, descaracterizado (Pouca coisa restou) e tem uma importância histórica, arquitetônica e social para Teresina que contaremos a seguir.

Sanatório Meduna na década de 1950.
Nota-se ao fundo o Rio Poti e a área despovoada, hoje totalmente urbanizada.
(Década de 1950 / Acervo digital do IBGE / Acervo digital Teresina Antiga / Foto por: Guilherme Müller – Foto Müller)

História

A construção foi levantada a poucos metros da Avenida Pinel e do Rio Poti (Nota 2), em relevo bastante acidentado no bairro Cabral (Zona Norte), que na década de 1950 era violento e muitos não queriam ali morar, exceto os que já estavam. A instalação do Sanatório Meduna não gerou qualquer estímulo para a especulação imobiliária na área, pois ninguém queria viver próximo de um lugar cheio de loucos. A urbanização na região só ganhou impulso na década de 1980 através da abertura de vias de escoamento da cidade como a Avenida Marechal Castelo Branco – funcionando também como dique de contenção das águas do Poti -, e condomínios como o Beverly Hills.

As fotos antigas flagram realmente sua inserção em local isolado da capital rodeado da vegetação denunciando uma área de Teresina com pouca ou nenhuma urbanização. Não é de se estranhar uma vez que muitas instalações do tipo geralmente ficavam mesmo distante do ponto nervoso da cidade.

Matéria da inauguração do Sanatório Meduna.
(1954 / Jornal O Piauí / Acervo digital Teresina Antiga)

Concedida por título de aforamento pela Prefeitura Municipal de Teresina (Nota 3), teve as obras iniciadas em 1946 e inaugurada apenas em 21 de abril de 1954, fruto dos esforços do psiquiatra piauiense Clidenor de Freitas Santos (1913-2000), que financiou os custos pela Caixa Econômica Federal. A festa de inauguração contou com exibições do Coral de Nossa Senhora do Amparo, missa proferida por Dom Severino Vieira de Melo, e presença de autoridades como Pedro Freitas (Governador do Piauí de 1951 a 1955), João Mendes Olímpio de Melo (Prefeito de Teresina de 1951 a 1955) e Durvalino Couto (Presidente da Associação Piauiense de Medicina em 1954).

Não foi o primeiro centro hospitalar voltado para a Psiquiatria na capital piauiense. Ainda em 1907 foi fundado o Asylo dos Alienados na Praça de Marte (Hoje Praça João Gayoso) entre as ruas Riachuelo e da Divisão (Nota 4) sendo mais tarde, em 1961, transferido para um terreno no bairro Primavera (Zona Norte) onde hoje funciona o Hospital Areolino de Abreu.

Missa na inauguração do Sanatório Meduna.
(1954 / Jornal O Piauí / Acervo digital Teresina Antiga )

Ao contrário do que muita gente imagina, o Sanatório Meduna não era direcionado exclusivamente aos loucos chamados na metade do século XX de psicopatas. Sabe-se que se encontravam desvalidos como mendigos e parentes infelizmente ali deixados pela família para sempre, mas se direcionava também para pessoas comuns com intoxicações, crises nervosas agudas ou outros problemas neurológicos. Qualquer um nessas situações poderia ali estar. O paciente mais conhecido foi com certeza Torquato Neto que se internou no Meduna, em 1972, antes de produzir os filmes Adão e Eva: do Paraíso ao Consumo e O Terror da Vermelha.

Mas há de se considerar que o preconceito reinante evitava que muitos se internassem no local sem serem antes tachados de loucos. Devemos lembrar que se popularizou bastante entre nós teresinenses a expressão “ir ao Meduna” e suas variantes muito comuns em brincadeiras. Chamar alguém assim significava nada mais que era um doido varrido.

Estátua de Don Quijote de la Mancha na entrada do Sanatório Meduna.
(1987 / Acervo digital Teresina Antiga / Foto por: n/d )

Embora as pessoas não quisessem viver próximo dali, um pouco antes de sua inauguração, porém, ainda não havia uma conotação pejorativa. Tanto que na ausência de um grande hotel em Teresina várias pessoas vindas de outros lugares se instalavam nos aposentos da edificação.

O Sanatório Meduna era, originalmente, formado pela capela, 8 pavilhões, 2 pátios e um edifício de 2 andares. Uma estrutura neoclássica do tipo espanhola impressionante que lembrava muito um castelo. Na entrada foi inserida, posteriormente, uma estátua do famoso personagem Don Quijote de la Mancha, do espanhol Miguel de Cervantes, do qual Clidenor Freitas era admirador. Em 1968, por exemplo, tinha 180 leitos e trabalhavam 8 médicos, 1 dentista, 1 enfermeiro, 3 auxiliares de enfermagem, 1 farmacêutico, 18 atendentes, 1 nutricionista e 1 técnico de laboratório para atender um total de 994 pacientes dos quais 961 tiveram alta do local.

“Santinho” de Clidenor Freitas nas eleições 1986. Destaque para a imagem do Sanatório Meduna.
(1986 / Jornal da Manhã / Acervo digital Teresina Antiga )

Clidenor Freitas e o Sanatório

Nascido em Miguel Alves (Interior do Piauí a 112 km de Teresina), em 1913, Clidenor Freitas veio a Teresina aos nove anos de idade concluindo os estudos no Liceu Piauiense. Aprovado em Medicina em Belém (Pará) foi expulso e transferido para Recife (Pernambuco) por ter sido contra Getúlio Vargas. Nesse período se interessa pelo ramo da Neurologia e por influência de professores opta por Psiquiatria. Já tendo concluído o curso, em 1937 trabalha como médico em Miguel Alves e nas cidades maranhenses de Brejo e Coelho Neto sendo que no ano seguinte se especializa em Psiquiatria no Hospital do Juqueri (São Paulo).

O ano de 1940 se torna um divisor de águas na sua carreira. Assume a direção do Asylo dos Alienados e faz importantes mudanças: muda o nome do local para Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu, retira as pesadíssimas correntes que prendiam as pernas dos pacientes, e melhora a estrutura física e a higiene do lugar.

Introduziu também no Asylo novas terapêuticas aos doentes como a malarioterapia, que consistia em injetar sangue malárico em pacientes que sofriam de sífilis cerebral, e o famoso eletrochoque cujo aparelho por essas bandas do Nordeste foi desenvolvido em 1941 pelo técnico piauiense Benedito Almeida e utilizado em 1947 transformando o Piauí no primeiro estado do Brasil a usá-lo no tratamento de doenças nervosas (Nota 5). Todas essas técnicas foram usadas, posteriormente, no Sanatório Meduna.

Carta de Ladislas Meduna endereçada de Chicago para Clidenor Freitas em 1954.
(1954 / Psychiatry on line Brasil / Acervo digital Teresina Antiga )

Sua construção foi uma conquista ímpar para o médico, atendendo gente do Piauí, Maranhão e Ceará. O nome Meduna era uma homenagem clara ao psiquiatra húngaro László Meduna (1896-1964) que descobriu o cardiazol (Potente agente convulsivante de ação central usado também no novo frenocômio teresinense). Após fuga aos Estados Unidos, em 1938, se naturalizou e adotou o nome Ladislas Joseph Meduna (Ou ainda Ladislas von Meduna). O que pouca gente sabe é que Meduna foi convidado para a inauguração do sanatório em Teresina, mas por problemas financeiros não pôde vir e agradeceu o convite de Clidenor Freitas em carta assinada e datilografada em Língua Inglesa datada de 17 de maio de 1954.

Além da Medicina, ingressou no ramo da política. Concorreu à Prefeitura Municipal de Teresina, em 1954, perdendo para Agenor Almeida, e foi eleito deputado federal pelo PTB nas Eleições Gerais de 1958 exercendo mandato de 1959 até 1963, inicialmente no Rio de Janeiro e depois na nova capital Brasília.

Por seu apoio à Reforma Agrária e principalmente às Ligas Camponesas do Nordeste de Francisco Julião que, na verdade, eram movimentos comunistas de guerrilha terrorista revolucionária disfarçados de movimentos sociais com membros treinados em Cuba, teve os direitos políticos suspensos por dez anos pelo Ato Institucional nº 1 do Regime Militar (Nota 6). Exilou-se em Lima (Peru) e depois Montevidéu (Uruguai) até retornar ao Brasil em 1979. Passou a se dedicar à Medicina voltando a concorrer pela última vez nas Eleições 1986 quando alcançou a suplência de deputado federal pelo PDT, partido da esquerda trabalhista de Leonel Brizola.

Sanatório Meduna.
(s/d / Acervo digital Teresina Antiga / Foto por: n/d)

Quadro de Portinari e o futuro do Sanatório

Clidenor Freitas faleceu em 9 de abril de 2000 na capital piauiense. Anos depois o Sanatório estava atolado em dívidas. Desativado em 2010, familiares decidem comercializá-lo e o Grupo Sá Cavalcante (Do Espírito Santo) arrenda boa parte do terreno e entorno construindo o Shopping Rio Poty. Desde então restou pouca coisa da edificação como a capela que passou a ser reformada pela Arquidiocese de Teresina pois se encontrava com entulhos e pichações. Com as ampliações do shopping, a especulação imobiliária ganhou força para adquirir tudo.

O que muitos desconhecem é que a estrutura não era a única coisa preciosa do prédio. Entrevistado em 2016 pelo Teresina Antiga, o escritor Paulo Machado revelou algumas histórias interessantes do lugar (Nota 7). Em 1980 ele entrevistou Clidenor Freitas para o então suplemento dominical do jornal O Estado, e constatou que o médico possuía uma enorme biblioteca (Condenava entregá-la para os cuidados do Estado, pois sabia que assim tudo poderia se perder) e uma obra de arte valiosíssima: um retrato a óleo de Ladislas Meduna que Clidenor Freitas pediu sob encomenda ao pintor Cândido Portinari (1903-1962). O quadro e a biblioteca, segundo ele, estavam ainda no lugar até mais ou menos 2011.

Recorte do jornal Última Hora de 1º de junho de 1955
mostrando Portinari entregando quadro a Clidenor Freitas.
(1955 / Google Arts and Culture / Acervo digital Teresina Antiga )

Recorte do jornal Diário Carioca de 25 de maio de 1955.
(1955 / Google Arts and Culture / Acervo digital Teresina Antiga )

Encontramos na página Arts and Culture, do Google, recortes dos jornais Última Hora e Diário Carioca datados de 1955. No primeiro aparece Portinari doando um quadro de sua autoria a Clidenor Freitas e no último recorte a afirmação de que lhe foi entregue uma obra, talvez a mesma. Aparentemente não se trata do mesmo quadro apontado por Paulo Machado pois as feições não lembram o médico húngaro. Conforme dizem as matérias, a obra iria ficar presente no salão nobre do Sanatório ao passo que o retrato à óleo descrito por Machado estava também dentro da construção, mas em outro pavilhão que correspondia à casa de Clidenor (Nota 8). Entretanto, parece pouco provável que o médico piauiense tenha encomendado dois quadros diferentes sendo que a imagem que aparece nesse recorte seja mesmo a obra relatada por Machado.

Não se sabe que fim tiveram as raridades. Provavelmente foram retiradas e leiloadas por familiares do médico, herdeiros legítimos de tudo. Da mesma forma não se sabe qual será o futuro do que sobrou da edificação.

Trechos do documentário “História da Psiquiatria no Piauí”, de Carlos Francisco Almeida de Oliveira, exibidos dentro de uma reportagem sobre o Sanatório Meduna feita pela TV Clube em 2021. Nos primeiros segundos há uma entrevista com Clidenor Freitas e nos demais momentos do vídeo o áudio foi removido pela nossa equipe. Destaque para a estátua de Don Quijote de la Mancha e as correntes que antigamente os pacientes eram presos no extinto Asylo dos Alienados.
(1992 / Carlos Oliveira / TV Clube / Acervo digital Teresina Antiga )

Notas:

(1) A frase entre aspas consta na matéria MP recomenda que antigo Sanatório Meduna não seja demolido; ex-pacientes pedem destruição (Acesso em 8 de fevereiro de 2021).

(2) Bem antigamente, para se chegar ao Sanatório, havia uma certa distância até a Avenida Pinel, mas as propagandas e os Correios davam a via como endereço. Com a urbanização e a instalação do Shopping Rio Poty, isso mudou criando outras ruas como a Mato Grosso e a Contorno Shopping.

(3) Em linhas gerais, título de aforamento é quando o ente público (O Município no caso) cede terreno a um particular (O chamado foreiro) que fica obrigado a pagar anualmente uma taxa (O foro).

(4) Através do Decreto 327 de 1907 ficamos sabendo que o “Asylo dos Alienados foi estabelecido em terreno de uma chácara na Praça Campo de Marte entre as ruas Riachuelo e da Divisão”. A praça fica atualmente defronte ao Ginásio de Esportes Verdão (Centro) em local que antes estava a Penitenciária, e se chama atualmente Praça João Gayoso (Já foi chamada também de Praça Conde D’Eu, no Império, e Praça 13 de Março). A tal rua da Divisão mudou de nome, em 1936, para rua Senador Joaquim Ribeiro e, logo depois, para rua João Cabral.

(5) Benedito Antonio de Almeida foi eletrógrafo e mecanógrafo nascido em 30 de setembro de 1896, em Palmeirais (Piauí). Junto com Clidenor Freitas desenvolveu o primeiro eletrochoque do Piauí através de informações em Língua Inglesa retiradas de um trabalho norte-americano que, por sua vez, era fundamentado em técnicas originais dos neurologistas italianos Ugo Cerletti (1877-1963) e Lúcio Bini (1908-1964), que introduziram o aparelho em 1938, na Itália. De acordo com A. Tito Filho, Almeida fez também o primeiro bisturi elétrico do Piauí e o doou ao antigo Centro de Saúde de Teresina sendo usado até o final da década de 1950. Faleceu em 24 de abril de 1982, em Teresina.

(6) Para entender a cassação de Clidenor Freitas pelo AI-1, é importante lembrar os seguintes episódios bastante curiosos e propositadamente omitidos na História do Brasil:
1. Em 1962, o coronel Nicolau José Seixas (Chefe do Serviço de Repressão ao Contrabando) desconfiou de um grande carregamento de geladeiras em uma fazenda em Dianópolis (Goiás, hoje pertence ao Tocantins), pois o local não possuía energia elétrica. Fez batida à noite e descobriu dentro delas armamentos, bandeiras de Cuba, manuais de combate, planos para erigir guerrilhas rurais, discursos de Fidel Castro e Francisco Julião, e informações sobre a quantidade financeira enviada pelos cubanos a Julião e as Ligas Camponesas. Entregou e revelou toda a carga ao Presidente João Goulart que comunicou a embaixada cubana no Brasil. Raúl Cepero Bonilla (Presidente do Banco Nacional de Cuba) veio conversar sigilosamente (Oficialmente veio por uma conferência da fome da FAO) sobre o carregamento com o Presidente, que devolveu todo o material apreendido, motivo que por si só lhe valeria a deposição segundo a Constituição de 1946. Esse episódio só veio a público por um detalhe: em 27 de novembro de 1962, o voo 810 do boeing 707 da Varig, que levaria Bonilla de volta a Cuba, se chocou em uma montanha (Cerro La Cruz) no Peru matando todos os 97 ocupantes (Nesse mesmo voo estava o escritor teresinense Mário Faustino). O exército peruano descobriu intacta uma pasta com documentos de Bonilla e da comitiva cubana revelando detalhes da carga, da reunião com Goulart e planos de uma guerra civil no Brasil sob comando das esquerdas a ser desencadeada pelas Ligas Camponesas. O material foi enviado à CIA que tornou público o documento causando burburinho na imprensa nacional. Esse relato foi confirmado em livros por Flávio Tavares (Ex-guerrilheiro), pelos historiadores marxistas Denise Rollemberg e Daniel Aarão Reis, e pelos escritores Mauro “Abranches” Kraenski e Vladímir Petrilák (1964: O Elo Perdido).
2. Após a queda do regime comunista na Tchecoslováquia, em 1989, foram descobertas pastas da Operação Ativa Luta, da KGB soviética. Nela um conteúdo aterrorizador: entregar armamentos a Leonel Brizola para que sejam distribuídos às Ligas Camponesas, principalmente a Clodomir Santos de Morais (Braço direito de Francisco Julião) que havia recebido treinamento militar em Cuba. De fato, 20 mil metralhadoras tchecas, a mando de Cuba, vieram em navio de bandeira panamenha, que desembarcou em faróis da costa gaúcha. A intenção da AO Luta (Abortada em 1962 pelos tchecos por ser irrealizável) era provocar uma guerra civil no Brasil com derramamento de sangue sem precedentes em nossa história para instalar um regime comunista nos moldes cubanos. Não foi a última operação do tipo. As ações militares em 31 de março de 1964 interromperam momentaneamente outros planos similares.

(7) Paulo Henrique Couto Machado é defensor público, poeta, historiador e escritor nascido em 1956, em Teresina. Contou-nos essas histórias em entrevista gentilmente concedida à nossa equipe em sua casa, em 10 de setembro de 2016.

(8) Clidenor Freitas morava dentro do Sanatório, mas sua casa estava em outra parte da edificação.

Ajudaram para esta postagem:
# GAZETA DO POVO: 1964 – Verdades inconvenientes. Acesso em 8 de fevereiro de 2021.

# História da Psiquiatria no Piauí: uma história em dois períodos. IN: Revista de Psiquiatria – Psychiatry on line Brazil. Setembro de 2012, vol.17 , n.9

# JORNAL DA MANHÃ. Teresina. Edição do ano de 1986.

# JORNAL O PIAUÍ. Teresina. Edição do ano de 1954.

# TERESINA 1969-1970 – Coleção de monografias n. 459. Fundação IBGE e Instituto Brasileiro de Estatística. 22 de janeiro de 1970.